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343: Os outros do autoconceito: estratégias promotoras de envolvimento em artes visuais
Enquadramento Conceptual: Sabendo que o sentimento de autoeficácia e as crenças dos alunos afetam as suas expetativas (Bandura, 2006), procurámos debruçar-nos sobre o autoconceito como fator incontornável do envolvimento dos alunos (Veiga, 1996). O reduzido sentimento de autoeficácia no domínio das artes, leva a bloqueios na prática, dentro e fora da sala de aula, o que motiva a alienação dos alunos e compromete a sua aprendizagem. Objetivos: A partir da análise de possíveis causas para a falta de envolvimento dos alunos, pretende-se avaliar o impacto de estratégias que influenciam positivamente o autoconceito dos mesmos, no sentido de aumentarem o seu sentimento de autoeficácia. Metodologia: O estudo de caso em que nos baseamos é relativo a uma turma de alunos do 12º ano do ensino profissional, em que a falta de envolvimento interferia negativamente no seu desempenho académico. A partir das expetativas dos alunos recolhidas no 10º e 12º anos, coloca-se a hipótese do sentimento de autoeficácia ser o fator responsável por prejudicar a capacidade autorreguladora para contornar as dificuldades. Implementaram-se diversas estratégias nomeadamente: o diário gráfico, o trabalho cooperativo e colaborativo, e a atividade metacognitiva baseada na auto e coavaliação. Resultados: O diário gráfico, como instrumento promotor de autoconhecimento, não obteve adesão pela maior parte dos alunos. Contudo, a partir das fichas de autoavaliação e dos comentários dos alunos, bem como da observação da professora, pôde-se verificar que as estratégias do trabalho cooperativo e colaborativo, bem como o desenvolvimento da metacognição, revelaram-se promotores de maior envolvimento dos alunos. Conclusão: Podemos concluir que o diário gráfico, sendo uma atividade solitária e individual, não vingou como instrumento de construção do autoconceito, no sentido de corporizar um histórico das vivências e registos gráficos dos alunos. Por outro lado, as atividades que foram realizadas em grupo, em que os alunos treinaram a comparação social, tanto em trabalhos como na própria avaliação, mostraram-se muito mais eficazes na lapidação de um autoconceito mais sólido e positivo, o que se repercutiu no grau de envolvimento dos alunos.Author(s):
Sofia Ré
Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes (CIEBA)
Portugal