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259: ENSAIOS SOBRE A EDUCAÇÃO: A PATOLOGIZAÇÃO DO COTIDIANO ESCOLAR
É na escola que se estabelecem as condições para o desenvolvimento dos conhecimentos sistematizados. Nela está uma das possibilidades de construção de laços sociais, partilhas, pertencimentos e contatos com a diversidade; é também onde começam as queixas de “dificuldades” na aprendizagem. Tais “dificuldades, parecem ocultar uma aparente desistência da escola diante dos sujeitos que não correspondem às normas e regras curriculares pré-estabelecidas. Essa desistência é encoberta pelos diagnósticos, encaminhamentos e acompanhamentos médicos-terapêuticos. A escola acaba por delegar aos profissionais da área da saúde a responsabilidade de explicar e sanar questões políticas e sociais, ligadas ao processo de ensino/aprendizagem, que tem gerado um intenso movimento do que chamamos de patologização do cotidiano escolar. O objetivo deste artigo é tecer uma reflexão crítica acerca dessa patologização do cotidiano escolar, que torna individual questões de cunho político e social, tais como a homogeneização do ensino e a subtração das subjetividades na escola. A metodologia tem caráter bibliográfico, a partir do levantamento do estado da arte da temática, fazendo referência a autores e obras emblemáticas que apontam marcos conceituais para viabilizar o alargamento desta discussão. O referencial teórico constitui-se ao longo deste ensaio, a partir dos escritos de Michel Foucault; Sigmund Freud; Erving Goffman; George Canguilhem; Maria Aparecida Affonso Moysés dentre outros, cujos destaques conceituais são pilares dos nossos estudos.Author(s):
Geny Alexandre dos Santos
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Brazil
Francisca Paula Monteiro
Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Brazil