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148: A ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA COMO FATOR MOTIVACIONAL DA APRENDIZAGEM MOTORA
Este estudo parte do pressuposto de que para que haja uma aprendizagem motivada do aluno, o professor deve pensar sua prática pedagógica a partir das referências que o aluno possui. Nesse sentido, foi proposto um projeto, no curso de Educação Física da Universidade de São Caetano do Sul, que considerasse a relação existente entre o comportamento manifesto em aula pelos alunos e as propostas didáticas feitas pelos professores. Para tanto, o Projeto denominado “PIBID” (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) da Universidade tomou como referência a metodologia “Engenharia Didática” proposto por Artigues (1996) e Lerner (2002). Trata-se da chamada “Pesquisa Didática”, entendendo o conceito de pesquisa dentro de uma visão de produção de conhecimento a partir de uma articulação entre a prática observada e a teoria estudada.Na ação efetiva junto aos alunos do Ensino Fundamental o estudo tem como objetivo observar e classificar o comportamento motor desses alunos tomando como referência a teoria de desenvolvimento motor apresentada por Galahue (2005). Para tanto, foi preciso construir um instrumento para realizar esta classificação. Foram observados e classificados 667 crianças entre seis a dez anos de idade. A partir da observação e classificação foram elaboradas sequências didáticas considerando as facilidades e dificuldades dos alunos para que haja uma aprendizagem efetiva das habilidade motoras. Após a aplicação as sequência didática eram avaliadas para se verificar as adequações necessárias a fim de proporcionar maior envolvimento dos alunos em aula e para o efetivo aprendizado das habilidades motoras. Além disso, essas avaliações tiveram o propósito de envolver o professor numa ação reflexiva sobre sua prática e balizar sua intervenção.
Para os propósitos deste estudo a metodologia utilizada é a pesquisa-ação (THIOLLENT, 2009), uma vez que o projeto tem como pressuposto teórico para sua intervenção a Engenharia Didática. Esta se fundamenta em quatro fases. A primeira é denominada análise preliminar, a segunda analise a priori, a terceira analise experimentação e a quarta analise a posteriori e validação.
Os resultados revelaram que quando se considera a significação que o aluno do Ensino Fundamental tem para a elaboração da sequencia didática, a aprendizagem das habilidades motoras ocorrem, mesmo que o aluno apresente dificuldades, mas que, também, existe um ponto de saturação vinculado ao prazer na execução da atividade. Outro aspecto que nos parece relevante ao estudo é que os professores demonstraram, durante o processo de reelaboração das sequências didáticas, maior disposição para alterar sua prática pedagógica, demonstrando um envolvimento maior com as preocupações didático-pedagógicas e por consequência com a própria escola.
Author(s):
Ivo Ribeiro de Sá
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Brazil